Conforme uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 7/jul/20, a epidemologista Dra. Maria van Kerkhove, líder técnica sobre o COVID-19 da ONU, respondeu uma carta aberta assinada por centenas de cientistas pedindo que a ONU atualizasse suas recomendações referente à transmissão pelo ar do vírus. Aos jornalistas ela afirmou: “Vários dos que assinaram são técnicos, o que contribui ao conhecimento crescente da importância da ventilação que nós [cientistas] também sentimos ser importante”. Logo após, em 9/Julho/20, a ONU publicou um resumo que consolida a crescente base de conhecimento sobre a transmissão pelo ar do COVID-19.
O resumo enumera as formas de contágio atualmente consideradas pela ONU: (i) por contato direto com o infectado, (ii) gotículas de água suspensas no ar, (iii) pelo próprio ar, (iv) em superfícies contaminadas, (v) fecal-oral, (vi) pelo sangue, (vii) na gravidez, e (viii) através do contágio por animais.
Quanto à diferença entre o contágio por gotículas de água (droplets) suspensas no ar e pelo próprio ar, a ONU diferencia: as gotículas respiratórias são produzidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra, canta ou fala. As respiratórias possuem diâmetro maior que 5 µm podendo chegar até 10 µm (micrometros), enquanto as gotículas menores que 5 µm são conhecidas por aerossóis. Essas gotículas e aerossóis podem entrar em contato com os olhos, nariz e boca quanto também podem permanecer em superfícies e objetos.
O infográfico obtido da BBC abaixo exemplifica a diferença entre as gotículas respiratórias e os aerossóis.
Fonte: BBC
A ONU já considera real o contágio a partir de procedimentos médicos que geram aerossóis. No entanto, ratifica em seu resumo que juntamente com a comunidade científica está ativamente discutindo e quantificando se o SARS-CoV-2 pode ser transmitido por aerossóis na inexistência de tais procedimentos, particularmente em ambientes internos com pouca ventilação. A física por de trás do ar expirado e da mecânica de fluidos conduziram a hipóteses para isso: (a) as gotículas respiratórias podem evaporar e gerar aerossóis microscópicos (<5 µm), e (b) a respiração normal gera aerossóis no momento em que o infectado expira. Desta maneira, a pessoa a ser infectada pode inspirar tais aerossóis e ser contaminado. A ONU afirma, porém, que as quantidades de gotículas ou aerossóis que são expirados pelos infectados, ou a dosagem necessária para que haja contágio ainda não são conhecidos.
Em relação à transmissão em ambientes médico-hospitalares, portanto, são necessários mais estudos experimentais que validem a transmissão aérea em condições que não hajam procedimentos médicos geradores de aerossóis. Em relação a outros ambientes, a ONU afirma que não pode ser descartada a transmissão por gotículas respiratórias e por aerossóis no curto-alcance, particularmente em ambientes internos nas condições específicas de superlotação ou sem ventilação adequada por um período prolongado de tempo. A Organização afirma a existência de estudos com resultados contrários.
A ASHRAE (Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado), respeitada associação de ar condicionado, e que o Brasil tem como uma das principais referências na elaboração de suas normas técnicas, afirmou que pesquisas demonstraram que a partícula do vírus SARS-CoV-2 possui em média 0,1 µm e que o vírus não se desloca pelo ar na ausência de gotículas e aerossóis. Ainda, a ASHRAE afirma que estas gotículas e aerossóis medem 1 µm ou mais em sua maioria, e portanto, o vírus de 0,1 µm fica preso a uma gotícula/aerossol de no mínimo 1 µm, em média.
Em relação a filtros utilizados no combate ao COVID-19; a ASHRAE recomenda a utilização, no mínimo, do filtro MERV-13 (F7*) – pois o MERV-13 possui eficiência de no mínimo 85% na retenção de partículas entre 1 a 3 µm. Importante ratificar que estas partículas a serem retidas podem ser as gotículas ou aerossóis em que o vírus fica preso.
No Brasil, o filtro F7 (ou superior) não é comum na maioria das edificações, tomando como referência a filtragem imposta pela norma (atualmente em revisão) ABNT NBR 16401-3:2008. Para a adoção de filtros de com maior eficiência de filtragem (“mais finos”) do que o sistema possui, é necessário muitas vezes modificar alguns componentes para compensar o aumento na perda de pressão gerada pelo filtro. A Refrimak sugere que a instalação de renovação de ar e intensificação de filtragem deve ser uma reserva no budget das empresas.
Há filtros mais eficientes que o MERV-13 (F7). Mediante padrão 52.2, a ASHRAE atesta que os filtros de alta eficiência, conhecidos como filtros absolutos ou HEPA, são 99,97% eficientes na captura de particulados de 0,3 µm. Em seu FAQ a ASHRAE conclui que os filtros HEPA são quase os mais eficientes na captura de partículas virais de COVID-19** que estão presas em aerossóis e em gotículas. A Refrimak destaca a importância de utilizar filtros certificados, seja o HEPA ou não.
A Refrimak tem a VECO como uma tradicional empresa fornecedora de filtros certificados , assim como a Airlink e a Trox; com menção especial à tradicional American Air Filter AAF Flanders, empresa de origem americana pioneira em filtros HEPA.
Para prédios que serão reocupados futuramente, a ASHRAE não recomenda a completa desativação de sistemas de ar condicionado. Ademais, a Associação afirma que não é necessário suspender nem a manutenção do sistema de ar condicionado, refrigeração, aquecimento e ventilação (HVAC) nem a própria troca de filtros, visto que não há atualmente nenhum estudo científico que comprove que o vírus possa ser colocado em suspensão em gotículas ou aerossóis (re-aerossolizado) a partir dos filtros de ar ou outras superfícies no sistema HVAC; eliminando, por ora, os sistemas de ar condicionado como meios de contágio ou transmissão do COVID-19.
Todas as informações até aqui realçam a necessidade da manutenção preventiva do ar condicionado, seja o sistema composto por splits, ventiladores e renovação de de ar, chillers, dutos, e ar condicionado central; e realçam também que a manutenção preventiva deve ser realizada por uma empresa tecnicamente qualificada como a Refrimak. Nossa empresa fornece e executa o PMOC (veja o Plano de Manutenção, Operação e Controle direto da ANVISA), por meio de manutenção preventiva.
Ressaltamos a importância em investir não somente numa manutenção preventiva e corretiva de qualidade, mas em sistemas de renovação de ar e em filtragem. Embora ainda não seja comprovada que a falta de renovação de ar leva ao COVID-19, são inúmeros os sitemas brasileiros, inclusive em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS), sem renovação de ar ou inadequada.
A Refrimak é uma empresa fornecedora do PMOC e ajuda a garantir a qualidade do ar interior através da manutenção preventiva de ar condicionado. A comprovação é realizada através da análise de qualidade do ar realizado por empresa especializada, estamos trabalhando atualmente com a empresa especializada em qualidade do ar interior, e parceira da Refrimak Conforlab.
Nota: a palavra “ventilação” é empregada no sentido de uma correta renovação de ar; onde ar provido de ambientes externos (ar exterior) é filtrado e circulado pelos ambientes internos.
*: MERV-13 equivale à classificação brasileira “F7” do filtro, conforme ABNT NBR 16101:2012.
**: Testes de filtragem com o COVID-19 ainda não foram apresentados.